Um apego à causa que, sim, convenhamos, também teríamos apreciado dos Azzurri que se saíram mal no Campeonato Europeu de Futebol. A vingança – por assim dizer – é um prato que deve ser consumido frio. E os esportes menores (um rótulo retirado com golpes, golpes de florete, backhands com uma mão e giros…) vêm desfrutando de sua “vingança” há algum tempo. A Itália que girava principalmente em torno do futebol já não existe, desmoronou-se tanto no corpo (é um esforço tremendo para se manter competitivo) como na alma (o apego à causa está no nível mais baixo de todos os tempos). Gostaríamos de ver Donnarumma e companhia com os mesmos olhos de fogo de Giannelli e companhia. Ou com a mesma lucidez de Bacosi e Rossetti. Ou com a coragem das nossas ginastas. Porque a diferença, em certos níveis, não é feita pela técnica básica, mas sim pela motivação e espírito de equipa. A cabeça também.
Uma data que ficará no coração
Se não for proporcionalmente – será complicado, mas não impossível, igualar o número de medalhas conquistadas em Tóquio (40) – pelo menos em termos de emoções oferecidas, as Olimpíadas de Paris oferecem muitas delas. A Itália está lá. E o tricolor voa sobre a cabeça de atiradores, esgrimistas, ginastas, nadadores e tenistas. Só para citar algumas das heroínas e heróis azuis que conquistaram a cena nos últimos dez dias. E que não se trata apenas de qualidade, demonstrou hoje Alice D’Amato que, contra a rainha da ginástica mundial Simone Biles, permaneceu lúcida e usou a cabeça em ouro, enquanto Manila Eposito em bronze. E a resiliência do Italvolley de Fefè De Giorgi? Praticamente perdida contra o Japão, ela alcançou um dos maiores feitos olímpicos de todos os tempos. E a dupla de “pistoleiros” Bacosi-Rossetti? Tudo no mesmo dia, 5 de agosto de 2024, parente muito próximo de 1º de agosto de 2021, quando o atletismo dominava o atletismo japonês. Porque quando você defende a camisa azul essa é a atitude.