FMI revê crescimento de Itália ligeiramente em baixa para 2025

A revisão em baixa do crescimento da Itália reflecte os muitos desafios económicos que o país enfrenta. O Fundo Monetário Internacional (FMI), na sua última Perspectivas Econômicas Mundiaispreviu um crescimento de 0,7% para a Itália em 2025, um declínio de 0,1 pontos percentuais em comparação com estimativas anteriores. Para 2026, no entanto, espera-se um ligeiro aumento para +0,9%.

Os desafios económicos italianos e globais

A revisão das estimativas italianas é sintomática da desafios de médio prazo e de incertezas globais ligadas às políticas económicas dos novos governos. A Itália não está sozinha: a Zona Euro também regista um crescimento moderado, com o PIB previsto em 1% em 2025 (-0,2 pontos) e 1,4% em 2026 (-0,1 pontos).

Entre os fatores que pesam no crescimento estão:

  • Tensões comerciais globais: Políticas protecionistas e novas tarifas poderão exacerbar as tensões e perturbar as cadeias de abastecimento.
  • Processo de desinflação: Dificuldades no controle da inflação podem dificultar a flexibilização da política monetária.
  • Sustentabilidade fiscal e estabilidade financeira: as divergências entre as diferentes economias europeias complicam a gestão de políticas coordenadas.

A Itália num contexto global

O contexto global mostra sinais de crescimento moderado, mas com perspectivas divergentes:

  • Crescimento global: previsão de 3,3% em 2025 e 2026, abaixo da média histórica de 3,7% (2000-2019).
  • Estados Unidos: o FMI reviu em alta as estimativas de crescimento para 2025, com o PIB a situar-se nos 2,7% (+0,5 pontos).
  • China e Rússia: as previsões estão a aumentar, com a China a registar +4,6% em 2025 (+0,1 pontos) e a Rússia a 1,4% (+0,1 pontos).

A influência da Alemanha na zona euro

A Alemanha, pilar da economia europeia, registou uma significativa revisão em baixa: espera-se um crescimento de 0,3% em 2025 (-0,5 pontos) e de 1,1% em 2026 (-0,3 pontos). O desempenho alemão, condicionado pela fraqueza nas exportações industriaisafectou negativamente toda a zona euro. Contudo, uma recuperação moderada do consumo interno, apoiada pela recuperação dos rendimentos reais, oferece sinais positivos para o futuro.

Políticas e estratégias para o futuro

O FMI destaca a necessidade de uma forte atenção política ao equilíbrio:

  • Inflação e crescimento real.
  • Reconstrução de amortecedores fiscais.
  • Resposta às políticas protecionistas o que poderia prejudicar ainda mais o investimento e a competitividade.

Em conclusão, a Itália enfrenta um desafio complexo, mas não intransponível. A capacidade de enfrentar estas dinâmicas dependerá da implementação de políticas económicas incisivas e coordenadas, tanto a nível nacional como europeu.

A implementação de reformas estruturais e de investimentos específicos poderá não só impulsionar o crescimento, mas também melhorar a resiliência da economia italiana a longo prazo.

Felipe Costa