Messina, começou a transferência do Arquivo do Estado. Mas será temporário?

A transferência de documentos do Arquivo do Estado para Catânia já começou. As primeiras carrinhas partiram ontem de manhã, levando consigo, em primeiro lugar, os mais antigos e preciosos títulos notariais. O que se queria evitar está a acontecer e a cidade assiste com espanto, espantada com a transferência da sua memória histórica para a cidade do Etna. Isto continuará até que o último documento saia das instalações da via La Farina, que será devolvido ao proprietário no dia 31 de dezembro.
Entretanto, foi publicado na página do Arquivo o aviso de que “a partir de segunda-feira, 13 de outubro, todas as atividades da Sala di Studio serão temporariamente suspensas”, tal como o serviço de pesquisa de correspondência já foi suspenso.
Esta é uma mudança temporária ou permanente? Não há clareza sobre este ponto e as nossas repetidas tentativas de falar com a diretora, Grazia Pistone, não tiveram sorte. Com efeito, há um mistério que turva ainda mais as águas: ontem de manhã, aliás, apareceu na página do Arquivo um aviso de “investigação do mercado imobiliário”, que afirmava que o Arquivo “tem interesse em identificar um imóvel para arrendamento, já disponível ou a adaptar, com entrega no prazo máximo de 6 (seis) meses a contar da data de assinatura do contrato”. Na verdade, foi o mesmo edital publicado em abril passado, mas que não teve sucesso. Depois de algumas horas, porém, o aviso desapareceu do site do Archive. Mistério! Entretanto, através do boca a boca e nas redes sociais, tornou-se viral a notícia de que os primeiros veículos carregados com documentos preciosos já tinham saído de Messina. Esta circunstância levou a uma nova mobilização por parte daqueles que, ao longo destes meses, lutaram para evitar o encerramento e transferência do Arquivo.
Os primeiros a reagir foram alguns artistas, intelectuais e cidadãos comuns, que convocaram uma reunião pública para sábado na Piazza Unione Europea, às 11h00, na qual toda a cidade é chamada a participar. Entre os promotores estão o incansável Lelio Bonaccorso, que também lançou um apaixonante vídeo online, Marco Grassi e Adolfo Leporino. Senha: a história de Messina não pode ser tocada.
Os primeiros a lançar o apelo foram o Colégio Notário de Messina, os Amigos do Museu e uma grande comissão espontânea composta por historiadores e estudiosos liderada por Alfio Seminara, ex-diretor do Arquivo do Estado.

Felipe Costa