“O Último Segredo”, de Dan Brown, lidera as paradas

A capital esotérica da Europa, um romance que investiga a nossa consciência e uma grande série da Netflix a caminho. Dan Brown, escritor americano que já vendeu mais de 200 milhões de exemplares, está de volta às livrarias com o tão aguardado «O Último Segredo» (Rizzoli, tr. Annamaria Raffo e Roberta Scarabelli), saltando imediatamente para o topo das paradas e superando até mesmo Ken Follett com seu «O Círculo dos Dias» (Mondadori).

Oito anos depois de “Origem”, Brown assina a nova aventura do professor Robert Langdon – interpretado no cinema por Tom Hanks na tríade best-seller “O Código Da Vinci”, “Anjos e Demônios”, “Inferno” – em um romance que mistura ação, suspense e conspirações internacionais, colocando em questão a CIA e as implicações da inteligência artificial, indo muito além dos limites da neurociência.
Ao lado da estudiosa Katherine Solomon – especialista em noética, já vista no misterioso “O Símbolo Perdido” – Langdon chega a Praga contando anedotas sobre a dominação nazista e as maravilhas arquitetônicas da cidade; pela primeira vez vislumbramos suas emoções e seu coração batendo por um amor maduro que o apresenta ao leitor com uma roupagem renovada e decididamente mais íntima (tendo em vista a série de TV, o autor já esclareceu que a produção está avaliando novos atores para sua figura). Mas depois de apenas algumas páginas, o cenário muda drasticamente. Um susto de bomba causa pânico, Katherine Solomon desapareceu. Mas quem poderia querer prejudicar um estudante da consciência humana? As suspeitas recaem rapidamente sobre a neurocientista Brigita Gessner e sobre o destino do manuscrito inédito que Solomon está prestes a publicar, sobre o segredo dos segredos, ou sobre a fronteira final entre a vida e a morte. Nos moldes do Código, Brown alterna um segundo fluxo narrativo apresentando o Golem, a criatura da tradição judaica nascida da lama que nestas páginas é uma espécie de guardião sombrio, trazendo a ação em direção ao Limiar, a fronteira entre a ciência e o desconhecido, entre a razão e a fé. A trama torna-se cada vez mais premente mesmo que o romance seja por vezes prolixo, como se quisesse convencer os leitores da verossimilhança das teses expressas. Na verdade, ao som de flashbacks, deparamo-nos com a questão fundamental: a consciência é biologicamente parte de nós e morre com o corpo ou talvez tudo se encontre no contexto que nos rodeia?

Felipe Costa