A biodiversidade do Estreito de Messina estará no centro da “Semana Planeta Terra” que se celebrará de 6 a 13 de outubro e que terá no entanto uma continuação, no dia 20, na sede da Academia Peloritana de Pericolanti, quando está prevista uma verdadeira viagem subaquática “virtual” para descobrir as maravilhas do Estreito, o flora e fauna que fazem parte integrante deste braço de mar e que, com as suas peculiaridades, fazem deste ambiente um ecossistema único no mundo. Será revista a vida marinha, da flora à fauna, com fotos inéditas e estudos sobre correntes marinhas. Liderando a exploração estavam dois pesquisadores, especialistas em biologia marinha e geologia.
O Estreito, como se sabe, é o ponto de separação entre duas bacias contíguas mas fisiograficamente distintas (Jónica e Tirrena), possuindo águas com características físico-químicas e oscilatórias diferentes. Por esta razão, as correntes estacionárias e de maré, também dependendo da geomorfologia particular de toda a área, determinam o aparecimento de fenómenos hidrodinâmicos particulares. As condições hidrológicas do Estreito de Messina são extraordinárias e as populações que acolhe são completamente peculiares e especiais. De facto, o intenso hidrodinamismo e as características químicas das águas do Estreito são capazes de influenciar os organismos que nele vivem e, de facto, conseguem influenciar toda a estrutura biológica do ambiente, determinando um ecossistema extraordinário, único no Mediterrâneo. pela sua biocenose e abundância de espécies; o Estreito de Messina constitui, portanto, um reservatório fundamental de biodiversidade.
As correntes intensas e alternadas, a baixa temperatura e a abundância de sais de azoto e fósforo transportados para a superfície pelas águas profundas determinam a disponibilidade de uma grande quantidade de substância orgânica utilizada tanto pelos organismos pelágicos como, sobretudo, pelas populações bentónicas costeiras. Tudo isto, juntamente com os fenómenos associados, determina um verdadeiro rearranjo ecológico que em espécies com distribuição predominantemente ocidental tende a simular uma condição do tipo “Atlântica”. De facto, numerosas espécies puramente atlânticas, como as laminarias (grandes algas castanhas), embora presentes em algumas outras zonas do Mar Mediterrâneo, apenas no Estreito de Messina conseguem formar comunidades bem estruturadas, constituindo verdadeiras florestas subaquáticas como prova da condições ideais ambiente.
Outra peculiaridade do Estreito de Messina é a presença de uma variada e numerosa fauna batipelágica (também vulgarmente designada por fauna abissal) que, transportada para a superfície pela corrente vinda do sul (corrente de montante), pode ser facilmente capturada ainda em condições vitais. condições nos pontos de maior turbulência (vórtices ou escalas de marés), ou encontrados encalhados ao longo da costa em condições climáticas e marítimas específicas. Exemplos clássicos que merecem destaque são os do “Chauliodus sloani” (peixe víbora), “Argyropelecus hemigymnus” (peixe machado prateado) e “Myctophum punctatum” (peixe diabo). Em suma, um evento imperdível organizado pelo “Garden Club” de Messina e pela Secção da Sociedade Geológica Italiana-Juventude Sicília.