Um ícone da geração da Maromba e da Santa Clara, morreu na última quarta-feira Marco Poeta, figura popular e folclórica que, desde os anos de 1980, animava bares, restaurantes e casas de amigos com suas histórias e com seus poemas. Nascido em Barra Mansa, Marco viveu mais tempo na região de Visconde de Mauá e seu nome deverá ser lembrado por muitas décadas.
Não fumava – a não ser um “bagulhinho”, de vez em quando, oferecido pelos amigos – e seu único vício era uma boa cerveja gelada. Como escrito em uma entrevista publicada aqui nesta Porteira, em novembro de 2017, Marco Aurélio Nazaré Duarte – seu nome de batismo –, Marco Poeta foi um dos primeiros ripongas a chegar à região de Visconde de Mauá. Isto ainda nos tempos em que a Praça da Maromba era em chão de terra e um de seus mais ilustres frequentadores era o artista plástico, violonista e compositor Jorge Viage, que tocava e cantava na varanda do antigo Bar do Seu Tatão, ao lado da igreja.
Marco, que gostava de andar sem camisa, escreveu alguns livros com suas poesias e também produziu na madeira trabalhos de pirogravuras, sempre assinados com as iniciais MP – de Marco Poeta.
Amigo de muita gente, inclusive desta Porteira, Marco Poeta nos deixou na última quarta-feira, dia 30, na casa de sua mãe, em Barra Mansa. Ele estava com hepatite, mas se recusava a parar de beber a boa cerveja e, vez por outra, uma boa pinga mineira – “mas só se for da legítima”, como costumava dizer.
A doença falou mais alto e Marco foi encontrado desmaiado em seu quarto, na casa da mãe. Levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra Mansa, o bom poeta não resistiu e sofreu um AVC – Acidente Vascular Cerebral – que lhe cortou o coração e os versos.
“Eu sou o fim, quero começar tudo de novo, voltar ao ovo e ser um pássaro”… E o nosso poeta voou.