A preocupação está crescendo para os italianos no Líbano. Existe um plano de evacuação para os nossos 1.200 soldados

Há 1.200 soldados italianos na linha de fogo. “Profunda preocupação” pela segurança do contingente nacional participante na missão UNIFIL para guardar os 120 km do Linha Azul – a linha de ‘rolamento’ entre Líbano E Israel – foi expresso pelo Ministro da Defesa, Guido Crosettoque reiterou o pedido deUN mudar as regras de engajamento e redefinir a estratégia da missão. “O tempo acabou”, alerta. Na mesma linha, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani. “Acompanhamos a situação dos italianos na zona, em contacto com os embaixadores italianos e a Unidade de Crise”, disse. A Unidade de Crise do Itamaraty atualizou os planos para possíveis evacuações. Crosetto e Tajani avaliaram as opções disponíveis para a proteção dos italianos presentes na região.

O novo alarme do ministro – depois de meses de pedidos oficiais para Nações Unidastambém por carta – ocorre após a reação israelense no Líbano após o foguete que matou 12 meninos na cidade drusa-israelense de Majdal ShamsNo Golãatribuído por Tel Aviv a Hezbolá. Este último irá agora responder previsivelmente por sua vez. A situação na zona, onde os militares italianos operam há 46 anos, já tensa depois de 7 de Outubro, tornou-se assim incandescente e Crosetto está em contacto contínuo com o Chefe do Estado-Maior da Defesa, Almirante Giuseppe Cavo Dragoneo comandante operacional conjunto, general Francesco Figliuolo e o diretor do Aise, o general Giovanni Caravelli para monitorar o que está acontecendo. O contingente italiano (o maior depois do indonésio), sublinhou repetidamente o ministro, não é um alvo direto, mas os 10.000 soldados da UNIFIL podem acabar acidentalmente envolvidos em tiroteios entre os dois lados, que se tornaram cada vez mais frequentes.

Solicitação para atualizar as regras de engajamento

Daí a pressão para mudar as regras, nascida em outros tempos. Porque a actual escalada alterou o cenário das operações e, por isso, deve ser repensada a participação dos Capacetes Azuis, para os quais também foi elaborado um plano de evacuação caso a situação se agrave. «O contingente italiano continuará a operar com dedicação», assegurou Crosetto, mas «estamos perante uma nova urgência que não nos permite perder tempo. A comunidade internacional como um todo deve aplicar a Resolução 1701 do Conselho de Segurança. É a única forma de evitar também uma guerra devastadora no Líbano. A resolução prevê uma faixa entre a Linha Azul e o rio litania, sem outras armas além das da UNIFIL e das forças armadas libanesas. Este não tem sido o caso nos últimos anos. Agora não podemos mais fingir que nada aconteceu.”

Precisa cumprir a resolução 1701

São as duas partes em conflito, Israel e o Hezbollah, que devem respeitar a resolução. Mas os últimos acontecimentos não são um bom presságio. Os acordos prevêem que Israel avise os países envolvidos na UNIFIL em caso de ataques em território libanês. Existe um risco real de que se abra uma nova frente de guerra depois de Gaza e os soldados italianos – tal como os dos outros países participantes na UNIFIL – devem ser protegidos a todo o custo, é o sentido do apelo de Crosetto, porque estão lá com outro mandato e outros objetivos. Se faltar um quadro de segurança adequado, a presença do contingente da ONU no Líbano, depois de quase meio século, poderá estar em causa.

Felipe Costa