Calábria à mesa, o golpe está dado: hábitos alimentares influenciados pelos aumentos de preços de pães, massas e carnes

O novo ano nasce nos fragmentos de um 2024 que, a caminho do pôr do sol, nos deixou o legado do anúncio de aumentos nas contas desde o primeiro trimestre de 2025. E a notícia da paralisação do fornecimento de gás russo em Kiev rumo à «Europa move o nosso mundo para um plano diferente e cada vez mais inclinado. O agora inevitável golpe nos preços dos bens energéticos regulamentados corre o risco de desestabilizar a nova vitalidade da economia calabresa. Coordenadas financeiras que anunciam novas dificuldades. O aumento da eletricidade, do gás e, sobretudo, dos combustíveis (os primeiros aumentos já foram registados nos postos de carregamento) poderá ter as consequências de um furacão nos transportes e na logística, setores que sentem duramente o custo dos derivados do petróleo. E o efeito dominó levará a um novo e inevitável aumento da inflação com um carrinho de compras que ficará cada vez mais caro depois da calmaria dos últimos meses. Como sempre, os rendimentos mais baixos correm o risco de acabar nas sombras e a pobreza continuará a atormentar as classes sociais já sofridas. Além disso, as crises pandémica e pós-pandémica ampliaram as estrias evidentes no frágil tecido social.

Custo de vida

Aqui embaixo as coisas e o céu mudam de cor. E cada dia é sempre diferente. No crepúsculo da incerteza económica, toda a melancolia do nosso tempo se reúne. Enquanto aguardava as estimativas de final de ano do Istat, a Calábria fechou o mês de Novembro com uma inflação de 1,3%, um valor perfeitamente alinhado com a média nacional. O Instituto Estatal de Estatística, no entanto, estima uma despesa anual adicional para as famílias desta nossa terra em 220 euros, com picos em Cosenza e Reggio onde uma família de três pessoas teve de desembolsar mais 266 euros durante o ano.

À mesa com moderação

O medo e a fome são o fermento amargo de uma história recente marcada por conflitos internacionais e consequentes especulações. É o crepúsculo dos gastos familiares. As atividades comerciais caminham por um trânsito de condenação que leva a uma aterrissagem dolorosa. Há mais de três anos, a inflação tendencial tem provocado uma força disruptiva, abalando, quebrando, deformando, destruindo homens, empresas, sonhos. O resumo das dificuldades vividas, sobretudo, no Sul está nas estimativas de um custo de vida elevado que nunca desaparece. Mas é, sobretudo, à mesa que temos de lidar com uma capacidade de gasto cada vez mais restrita que nos obriga a mudar hábitos e menus. De 2021 a 2024, as compras de alimentos têm atraído geografias inquietas com aumentos que acabaram por esvaziar o nosso carrinho. Agora, as famílias estão mais cuidadosas.

Felipe Costa