Inter Scudetto: fuga e triunfo, rumo às estrelas com dez vitórias consecutivas no início de 2024

Olhar para todos do topo da mesa às vezes deixa você tonto. Quantas vezes as equipas dirigentes desanimaram, quer por momentos negativos de forma, quer pela “fraqueza” mais clássica, o medo de estar a um passo da vitória. Já havia acontecido com o Inter de Simone Inzaghi em 2021/22 quando, na corrida contra o Milan, se recuperou primeiro no clássico e depois na classificação, saindo também de uma derrota amarga como a do Bologna para colocar o scudetto nas mãos dos primos rossoneri. Porém, os melhores sabem aprender com os seus erros e a caminhada do Inter rumo ao vigésimo scudetto da sua história também nasceu dos erros cometidos nas últimas temporadas. O segundo tricolor da era Zhang, aquele que vale a segunda estrela, traz a assinatura de Simone Inzaghi, capaz de suceder Antonio Conte nos palmares de treinadores vencedores dos nerazzurri, idealmente fechando o círculo após a decepção daquele campeonato perdido no confronto direto com o Milan quando o técnico de Piacenza estava em sua primeira temporada no banco do Inter.

Desta vez, porém, não houve erros, não houve grandes gagueiras: O Inter viajou em um ritmo muito elevado ao longo da temporada com apenas a Juventus mantendo o ritmo até o confronto direto na segunda rodada. Mas, tal como os grandes ciclistas das etapas Dolomitas, os nerazzurri mantiveram uma velocidade tão elevada que separaram passo a passo todos os seus rivais, com os bianconeri a desabarem no final a ponto de serem ultrapassados ​​pelo Milan como principal rival do Inter. Tanto é assim que o Inter acabará a temporada como líder solitário em 32 das 38 jornadas do campeonato, basicamente apenas no início do ano e um pequeno intervalo ligado sobretudo à recuperação do jogo contra a Atalanta na segunda mão após os compromissos na Supercopa da Itália.

E dizer que não faltaram dúvidas sobre a equipe de Inzaghi neste início de temporada. Até porque o Inter tinha perdido uma espinha dorsal não recentemente, com as despedidas nomeadamente de Handanovic, Onana, Skriniar, Brozovic, Dzeko e Lukaku, substituídos pelos vários Sommer, Pavard, Frattesi, Arnautovic e Thuram: o defesa francês que chegou foi afastado do Bayern, tudo menos certezas. Tanto que nas duas primeiras jornadas os nerazzurri venceram o Monza e o Cagliari graças a Lautaro Martinez (três golos nos primeiros 180'), mas sem impressionar do ponto de vista de jogo. As duas partidas seguintes, porém, deixaram claro o que a equipe de Inzaghi poderia ser capaz: primeiro o 4 a 0 contra a Fiorentina, depois o 5 a 1 no clássico contra o Milan, uma atuação duplamente forte que levou muitos a indicarem os nerazzurri como o favoritos absolutos ao título. No entanto, não foi um passeio no parque, também porque os primeiros erros surgiram já no outono, com a derrota em casa frente ao Sassuolo e a recuperação por 2-2 frente ao Bologna (depois de ter chegado a uma vantagem de 2-0). A partir desse momento, porém, o Inter cometeu poucos ou nenhum erro no campeonato, também graças à escolha de focar na rotatividade na fase de grupos da Liga dos Campeões para estar na liderança da Série A. Depois da vitória assinada por Thuram contra a Roma do muito vaiado ex Lukaku, o empate no confronto direto com a Juventus, em Turim, parecia ter deixado o campeonato ainda em equilíbrio. Mas esse empate foi seguido por outros testes de força, como o 3 a 0 em Maradona contra o atual campeão italiano, o Napoli, e outros momentos complicados. Como, por exemplo, o empate com o Génova, em Marassi, no último jogo de 2023, mas também a vitória aos 93 minutos de Frattesi no primeiro jogo de 2024, em San Siro, três pontos disputados devido a um episódio de arbitragem, mas também marcados pela grande penalidade perdido pelo gialloblu para o empate no último momento. Parecia o início da clássica fase de declínio dos times de Inzaghi em janeiro, mas foi apenas o aperitivo do período áureo de Lautaro e seus companheiros, capazes de vencer sempre (triunfo na Supercopa da Itália incluído) a partir de 6 de janeiro contra Verona até 17 de março, empatado pelo Napoli em San Siro após dez vitórias consecutivas.

Desta vez, face a 2021/22, ter o asterisco na classificação para o jogo a recuperar frente à Atalanta (justamente pelos compromissos na Arábia Saudita para a Supertaça) não teve impactos negativos, pelo contrário: a ultrapassagem temporária da Juventus na classificação, na verdade, ele apenas deu mais energia aos nerazzurri, até o confronto direto em fevereiro. O autogolo decisivo de Gatti no grande jogo teve por um lado o efeito de lançar definitivamente a fuga italiana do Inter e, por outro, de levar ao colapso dos Bianconeri. Nem mesmo a decepção da eliminação da Liga dos Campeões contra o Atlético de Madrid nas oitavas de final afetou a corrida do Inter, mesmo quando suas pernas começaram a ficar mais lentas devido ao cansaço de muitas partidas sazonais. Até a apoteose da conquista do scudetto no clássico: a cereja do bolo mais clássica de uma caminhada triunfal rumo à segunda estrela.

Felipe Costa