“Itália resiste à guerra tarifária, exportações no primeiro semestre +2,1%”: dados do Fórum de Comércio Internacional

A Itália continua a ser uma das economias mais resilientes da Europa, apesar da nova onda de direitos e barreiras comerciais. No primeiro semestre de 2025, as exportações atingiram 322,6 mil milhões de euros, um aumento de 2,1%, enquanto França e Alemanha registaram uma queda de 0,9%. É o que emerge do Fórum de Comércio Internacional 2025, organizado pela ARcom Formazione com o patrocínio da Comissão Europeia, Simest, Aice e da Região da Lombardia. “As tarifas já não são apenas uma ferramenta económica: tornaram-se uma arma geopolítica”, disse Sara Armella, sócia-gerente da empresa Armella & Associati e diretora científica do Fórum. Nos Estados Unidos, as tarifas médias atingiram 17,9%, o valor mais elevado desde 1934, com as receitas alfandegárias a triplicarem para 29,6 mil milhões de dólares por mês.

Segundo a Ice Agency, as empresas italianas terão de suportar até 10,6 mil milhões de euros em custos adicionais, com um possível impacto no PIB entre -0,2% e -1,4%. «Itália demonstra resiliência num contexto de forte concorrência global», comentou Valentino Valentini, vice-ministro dos Negócios e do Made in Italy, alertando que a fragmentação geopolítica pode fazer com que o comércio mundial perca até 3.000 mil milhões de dólares até 2035. O livro branco da ARcom identifica também um potencial não expresso de 85 mil milhões de euros em novas rotas de exportação, que hoje representam apenas 13% do total. A União Europeia, que tem 45 acordos de comércio livre com 79 países não pertencentes à UE, gera 46% do comércio externo europeu a partir destes mercados. No seu discurso em vídeo, Raffaele Fitto, vice-presidente executivo da Comissão Europeia, lembrou que “o comércio continua a ser uma alavanca para o crescimento e o emprego: é necessário um equilíbrio entre a abertura e a defesa das regras, com uma voz europeia forte”.

Felipe Costa