Nefrologia, protagonista de Messina no 65º congresso nacional. O prof. Santoro: “Estratégias inovadoras contra a doença renal crônica”

Messina foi protagonista do 65º Congresso Nacional da Sociedade Italiana de Nefrologia (SIN) que aconteceu em Riccione de 16 a 19 de outubro e representou uma importante oportunidade de encontro e discussão sobre o futuro da nefrologia na Itália.

Sob a coordenação científica de Messina Domenico Santoro, diretor da UOC de Nefrologia e Diálise da Policlínica de Messina, durante o evento, foram destacados os desafios ligados à Doença Renal Crônica (DRC), que afeta aproximadamente 10% da população italiana, e a importância do desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas e diagnósticas para enfrentar uma doença crescente.

De acordo com o professor Stefano Bianchi, presidente do SINa DRC afeta atualmente aproximadamente 5 milhões de pessoas em Itália, sendo esperado um aumento devido a fatores como o envelhecimento da população e a propagação de doenças crónicas relacionadas, como a diabetes tipo II, a hipertensão e a obesidade.

Bianchi declarou: «A DRC é uma doença silenciosa nas suas fases iniciais, muitas vezes assintomática até às fases avançadas, o que torna essencial identificar com bastante antecedência os indivíduos em risco e otimizar as vias de tratamento». A respeito disso, o congresso marcou um passo significativo com a criação de uma Via de Assistência Terapêutica Diagnóstica Preventiva (PPDTA), desenvolvido em colaboração com o Ministério da Saúde, com o objetivo de melhorar a gestão integrada da DRC e retardar a sua progressão.

Entre as inovações farmacológicas apresentadas, o A finerenona, um antagonista da aldosterona, tem recebido grande atenção devido à sua recente disponibilidade no Sistema Único de Saúde. Junto com isso, a semaglutida, já conhecida pelo tratamento do diabetes tipo II, tem apresentado resultados promissores na redução do risco de progressão da doença renal diabética. Somam-se a estes os inibidores do SGLT2, já considerados um avanço no tratamento da DRC. “A introdução destas terapias poderá ter um impacto decisivo na redução do número de pacientes que necessitam progressivamente de diálise”, disse Bianchi.

Outro tema central do congresso foi xenotransplante, que promete ser uma resposta futura à escassez crónica de órgãos para transplante. O professor Domenico Santoro, diretor científico do evento, declarou que, embora o xenotransplante ainda esteja em fase experimental, os primeiros desenvolvimentos são encorajadores e abrem caminho para possibilidades futuras concretas. “Ainda é cedo, mas é uma área de pesquisa que pode revolucionar o transplante renal nas próximas décadas”, explicou Santoro.

Também foi dada especial atenção alternativas à diálise convencional. A diálise peritoneal, que traz vantagens significativas em termos de qualidade de vida e menor impacto nas funções cognitivas, mas continua a ser uma das opções menos exploradas em Itália. Atualmente, apenas 10% dos pacientes em diálise escolhem esse tratamento, mas oMeta do SIN é dobrar esse percentual nos próximos anosgraças também a novas evidências científicas que confirmam os seus benefícios.

Também não faltou atenção à saúde renal da mulher. As doenças renais durante a gravidez, como a pré-eclâmpsia, representam um risco para a mãe e o bebê. Para tanto, o SIN estabeleceu um grupo de estudo chamado “Rim e Gravidez”com o objetivo de melhorar o manejo de gestações de alto risco e reduzir complicações renais em mulheres.

O Congresso SIN, que contou com a presença de nefrologistas de vários países europeus e dos Estados Unidos, confirmou-se como um foco de discussão sobre boas práticas e inovação, essenciais para delinear o futuro da nefrologia em Itália, com foco em tecnologias, novas estratégias terapêuticas e uma Maior atenção à qualidade de vida dos pacientes.

A mensagem clara que surgiu é que a prevenção e a otimização da gestão da DRC podem fazer a diferença no combate ao que corre o risco de se tornar uma das principais causas de morte até 2040.

Felipe Costa