O prefeito de Corigliano-Rossano: aberto ao investimento da Baker Hughes. A oposição: retirar o apelo ao Chefe de Estado

«O Município de Corigliano-Rossano nunca foi contra o investimento da Baker Hughes, mas simplesmente protege as perspectivas e os interesses da comunidade, especialmente o emprego, também através da regularidade dos procedimentos». O prefeito do centro de Cosenza disse isso, Flávio Stasifalando durante a reunião da Câmara Municipal convocada com um único ponto da ordem do dia, o investimento de 60 milhões de euros previsto pela Baker Hughes no porto de Corigliano Rossano, com a criação de duzentos empregos. Nas últimas semanas, a Baker Hughes anunciou que desistiu do projeto, justificando a decisão com as dificuldades colocadas pela administração municipal.

“Está estabelecido – acrescentou Stasi – que a única forma de recuperar o investimento, na clara imobilidade das instituições superiores, é dar à empresa um título sólido. Sempre sublinhámos, em tempo útil, as nossas críticas ao projecto e propusemos soluções que, no entanto, nunca foram aceites, nem atendidas, com contra-propostas, a começar pela de um Memorando de Entendimento que estabeleceria a direcção não industrial de todas as docas não afectadas pelo projecto Nuovo Pignone, protegendo assim as perspectivas de desenvolvimento marítimo e turístico. Tudo isto resultou num procedimento distorcido e incompleto que não permitiu ao Município exercer as suas prerrogativas e verificar a sustentabilidade do projecto, obrigando a Administração a defender os interesses da comunidade através de um apelo ao Presidente da República, mas sem dificultar o investimento. O Município sempre demonstrou seriedade e transparência nesta matéria. O porto é um recurso para a Calábria, mas sobretudo para a comunidade de Corigliano-Rossano. E a democracia impõe regras e partilha.”

A intervenção da oposição

Comprometa o prefeito com o iimediata retirada formal do apelo a ser notificado às demais partes, com o simultâneo convite amigável a Nuova Pignone para vir à Cidade e a esta Câmara Municipal para acordar todas as iniciativas destinadas a recuperar o tempo e criar as condições mais favoráveis ​​​​para aumentar qualquer possível impacto no plano económico e de emprego, em quantidade e qualidade, do território. Este é o pedido textual, preciso, claro e detalhado contido na proposta de resolução apoiada, motivada e avançada conjuntamente pelo Grupo do Conselho de Oposição durante a última reunião monotemática realizada ontem (quinta-feira, 24 de outubro) e rejeitada pela maioria e pelo prefeito Flavio Stasi .
Não há investigações a realizar nem interpretações a fornecer – explicaram os vereadores da oposição nos seus discursos – porque Baker Hughes, através do seu Presidente Noccioni, comunicou com a máxima transparência, ao contrário do Presidente da Câmara de Corigliano-Rossano, a retirada que o acompanha com palavras claras e inequívocas, noticiadas em todos os meios de comunicação nacionais, no passado dia 8 de Outubro.
A incerteza ligada aos tempos de desenvolvimento, abrandados por um apelo da administração municipal de Corigliano-Rossano e, portanto, a falta de condições temporais necessárias para levar a cabo o projecto tal como inicialmente concebido, incluindo a concentração de todas as actividades num só a única área adequada para os acolher, ou seja, o cais, está – afirmou Baker Hughes – na base desta difícil mas infelizmente inevitável decisão. A referência é direta apenas ao apelo extraordinário ao Presidente da República promovido pelo prefeito Flavio Stasi em junho passado.
A leitura dada a esse apelo – insistiu a oposição – foi a de um ato de hostilidade por parte da comunidade e do território. E sobretudo a declarada não solicitação da suspensão deve ter parecido irônica e zombeteira, como se dissesse: pode ir em frente se quiser. Não acontece – continuaram os vereadores – nem mesmo na República das Bananas que o Governo peça a uma multinacional que invista dezenas e dezenas de milhões de euros, acrescentando ao risco empresarial a espada de Dâmocles de um apelo cuja natureza é desconhecida! Absurdo. Paradoxal. Tragicômico. Somente a Stasi poderia chegar tão longe!
Por outro lado – sublinhou a minoria – não se pode ignorar que a Baker Hughes é apenas uma vítima do litígio. Com efeito, por iniciativa da Stasi, o Município de Corigliano-Rossano recorreu contra outros órgãos do Estado, nomeadamente a Autoridade Portuária e o Ministério das Infraestruturas, acusando-os de terem praticado atos ilegítimos e criando assim um curto-circuito institucional, e prejudicando o princípio da colaboração leal. Foi realmente necessário? Valeu a pena?
Porque todos os litígios administrativos, para além do slogan fácil de respeito pela legalidade, propagandístico e enganoso para os cidadãos, dizem respeito pela sua natureza a perfis de mera legitimidade dos actos impugnados, de alegadas irregularidades processuais e formais, em que os motivos são controversos, mesmo ainda mais no nosso caso, onde o contraste ocorre entre as administrações públicas, que exercem o direito de interpretar as regras na sua aplicação.
Diante da tese do Município e de seu advogado, há de fato a da Autoridade procedendo na Conferência de Serviços com o apoio do Ministério Público do Estado. E por outro lado, nenhuma outra entidade institucional que participou levantou objecções, por exemplo sobre a natureza da Conferência que diz respeito a todos: será possível que nenhum dos outros 10 participantes tenha notado estas alegadas irregularidades graves? Fora a consideração de que a disposição impugnada resulta de Conferência de Serviços e de o Município – mesmo com a expressão no recurso – ter manifestado o seu desacordo: e isso é suficiente para satisfazer a necessidade de declarar o cumprimento das regras.
Por outro lado, no que diz respeito à necessidade repetidamente invocada (pela Stasi) de uma nova conferência de serviços ser convocada expressamente para efeitos da autorização única Zes, já concedida no pedido original de concessão estatal, mas para efeitos de construção de um edifício industrial complexa – sublinharam os representantes da Oposição – é legítimo perguntar: os intervenientes desta segunda, possível conferência de serviços, são os mesmos da primeira que já teve lugar? Se a resposta for sim, a que propósito deveria servir? Além da duplicação desnecessária de um processo? E tudo isto não está em conflito com as necessidades de simplificação e rapidez previstas para as ZEE?
É por isso – confirmaram os vereadores da oposição – o ponto de observação deve necessariamente deslocar-se para a lacuna e desproporção entre a disputa promovida e o favorecimento unânime declarado do investimento; unânime porque os sindicatos, as associações empresariais, todos os partidos políticos de ambos os lados, a Região da Calábria, o Mise e naturalmente a Autoridade do Sistema Portuário e até o próprio Presidente da Câmara que quis que isto fosse apresentado no apelo
É por esta razão que – concluiu o Grupo do Conselho da Oposição – qualquer reabertura de um mínimo vislumbre de discussão com a Baker Hughes, sobre a continuação do investimento original iniciado e com todas as garantias legitimamente solicitadas, depende, sem ses ou mas, da desistência do apelo apresentado ao Presidente da República e pela convocação contextualmente amigável da multinacional para manifestar a disponibilidade da Cidade em acolhê-la, utilizando todas as possibilidades para criar as condições mais favoráveis ​​para aumentar qualquer impacto possível ao nível económico e de recursos humanos.

Felipe Costa