Redescubra a espiritualidade através da natureza. Vincenzo Zitello usa o Cântico das Criaturas de São Francisco para embarcar numa viagem para despertar a alma. Os sons da sua harpa misturam-se com os do violino Fúlvio Renzi e o resultado é uma viagem para redescobrir sons talvez primordiais. O último compromisso do mini tour de Zitello e Renzi por ocasião da décima sétima edição de “Notas para Lúcia” será realizado hoje à noite às 20h na igreja de San Pietro Apostolo em Siracusaa iniciativa musical organizada pela companhia Kairos e pela Deputação da Capela de Santa Lúcia para a Festa do Mártir de Siracusa. Ontem à noite concerto na Igreja Matriz de Carlentini e última quinta-feira na igreja Maria SS. Imaculada em Belpasso (Catânia). Estas são as três cidades que serão visitadas pela chegada do corpo de Santa Lúcia, que se encontra guardado em Veneza, e chegará à Sicília no sábado, 14 de dezembro.
Vincenzo Zitello, compositor, concertista e primeiro divulgador da harpa celta em Itália, compôs o concerto “Civiltà Celesti” onde alterna a harpa celta e a harpa bárdica, dois instrumentos da tradição gaélica com características sonoras e expressivas diferentes. Com Fulvio Renzi a tarefa de evocar os quatro elementos da Canção num caminho que evoca o Vento, o Sereno, a Andorinha, o Fogo, as Estrelas.
“O cântico de São Francisco nos leva de volta à natureza e à redescoberta da espiritualidade através da natureza – explica Zitello -. Toquei durante 50 anos com Franco Battiato e me vêm à mente os muitos anos de pesquisa espiritual. Devemos ser e não apenas parecer como os jovens de hoje querem. E aí eu uso a harpa que tem 5 mil anos. A harpa celta (“clasach” em gaélico) é o mais antigo instrumento polifónico europeu: nasceu na Irlanda e na Escócia no século XI d.C. pelos primeiros monges cristãos, e foi construída para acompanhar salmos, orações e meditações, com as suas 28 cordas todas em metal (bronze, ferro, ouro), característica que difere da harpa da Europa continental até as mais modernas, que utilizam cordas de origem animal ou sintética”. Zitello colaborou, entre outros, com artistas do calibre de Ivano Fossati, Pooh, Claudio Rocchi, Dino Betti.
Fulvio Renzi, violinista, compositor, conta com colaborações com Roger Waters, Bruce Springsteen, Ornella Vanoni, Alejandro Escovedo: “A abordagem é espiritual e emocional. Mas não só da nossa parte – explica Renzi –. Algo acontece com as pessoas que nos ouvem, que nos abala e com aqueles que nos ouvem.” Os concertos são promovidos em colaboração com o Instituto Superior de Ciências Religiosas “San Methodisto”, os municípios de Siracusa, Belpasso e Carlentini e a Região da Sicília.