O presidente russo Vladímir Putin apareceu na televisão para se dirigir às forças armadas e à população, declarando que o conflito na Ucrânia, assumiu um “caráter global” após ataques de mísseis ocidentais em território russo. Putin enfatizou que Moscou “tem o direito” de atacar países cujas armas são usadas contra a Rússia.
No seu discurso, transmitido pelos principais meios de comunicação russos, o presidente citou ataques conduzidos por forças ucranianas com mísseis de longo alcance, incluindo seis mísseis ATACMS na região de Bryansk em 19 de novembro e sistemas Storm Shadow na região de Kursk em 21 de novembro. Segundo Putin, estes ataques, embora repelidos pelos sistemas de defesa aérea russos sem causar vítimas ou danos graves, representam uma escalada do conflito.
Moscou acusa o Ocidente
“A Rússia foi forçada a responder aos ataques de um conflito provocado pelo Ocidente, que adquiriu agora elementos de carácter global”, disse Putin, conforme noticiado pela agência Tass. O presidente acrescentou que a utilização de armas ocidentais sofisticadas exige o envolvimento de especialistas dos países produtores, o que, segundo Moscovo, confirma o envolvimento directo das nações ocidentais.
Putin alertou que em caso de nova escalada, A Rússia responderá “simétrica e decisivamente” sugerindo possíveis ataques contra infra-estruturas ou alvos em países que apoiam militarmente a Ucrânia.
A posição italiana: Crosetto analisa as dificuldades ucranianas
Entretanto, em Itália, o Ministro da Defesa Guido Crosetto ofereceu uma análise dos desafios que a Ucrânia enfrenta após quase três anos de conflito. Falando em Porta a portaCrosetto observou que, embora as perdas ucranianas sejam inferiores às russas, o seu impacto é maior devido a um grupo de recrutamento mais limitado. “As guerras não são vencidas apenas por estarmos certos ou por respeitarmos o direito internacional, mas com mais homens, mais armas e maior dissuasão”, disse ele.
Crosetto também expressou preocupação com a intensificação dos ataques russos, incluindo o uso de mísseis intercontinentais. “A Rússia parece determinada a manter cada metro quadrado da Ucrânia que conseguir conquistar nos próximos meses”, acrescentou.
Perspectivas de descanso: ainda um caminho difícil
Sobre as possibilidades de trégua, o ministro italiano declarou que qualquer negociação exige a vontade de ambas as partes, mas neste momento Moscovo não deu sinais de abertura. “Um cessar-fogo seria o primeiro passo, mas Putin até agora rejeitou qualquer negociação”, disse Crosetto.