Quatro observadores da ONU feridos na fronteira com o Líbano. Israel propõe força de segurança árabe interina

Quatro observadores da ONU da missão de supervisão da trégua da UNTSO ficaram feridos num ataque no sul do Líbano, perto da linha de demarcação azul com Israel. Fontes de segurança libanesas relataram isso à ANSA, especificando que um dos quatro é de nacionalidade libanesa. Os outros 3 são membros da UNTSO de nacionalidade australiana, chilena e norueguesa.

De momento não foi possível identificar a origem dos disparos, seja de Israel (que nega envolvimento) ou do lado libanês. O episódio ocorreu perto de Rmeish, “Os três observadores e seu intérprete libanês haviam saído dos veículos – dizem as fontes – quando ouviram o zumbido do drone e rapidamente voltaram a bordo dos dois veículos off-road”. Nesse momento o drone teria lançado um míssil em direção ao comboio. Um dos feridos foi levado às pressas de helicóptero para o Hospital Saint George, em Beirute.

O exército israelense continuou as operações no hospital Shifa na cidade de Gaza e nos bairros al-Qarara e al-Amal de Khan Yunis, o reduto do Hamas no sul da Faixa. O porta-voz militar informou isto, recordando que em Shifa “foram mortos homens armados, armas apreendidas e foram localizados locais pertencentes a grupos terroristas presentes na zona”. No bairro de al-Amal – disse o porta-voz – “numerosos homens armados foram mortos, incluindo alguns que tentaram atacar as tropas com dispositivos explosivos”.

De acordo com relatórios do Haaretz, as Forças de Defesa de Israel (IDF) estão a criar uma zona tampão de segurança na fronteira com a Faixa de Gaza que poderá ocupar cerca de 16% do território do enclave palestiniano. Com base em imagens de satélite citadas pelo jornal israelita, a área terá cerca de um quilómetro de largura e todos os edifícios serão desmantelados.

Gaza, mídia: Israel propõe força de segurança árabe provisória

Durante sua visita a Washington esta semana, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, levantou a possibilidade de estabelecer uma força militar multinacional com tropas de países árabes para fazer cumprir a lei e a ordem na Faixa de Gaza e escoltar comboios de ajuda humanitária, disseram dois altos funcionários israelenses à Axios. “Tal medida construirá um órgão de governo que abordará o problema crescente de Israel com os Estados Unidos no que diz respeito à situação humanitária” no enclave palestino, disse uma das fontes citadas pelo site de notícias americano.

Os dois responsáveis ​​israelitas também acreditam que uma força multinacional poderia ajudar a estabelecer uma alternativa ao domínio do Hamas no enclave palestiniano. Gallant teria pedido apoio político e material dos EUA para esta iniciativa em reuniões com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan.

Segundo autoridades israelenses, a proposta é que uma força árabe permaneça na Faixa de Gaza por um período de transição limitado e seja responsável pela segurança do cais temporário que os Estados Unidos construirão na costa do enclave palestino e pela escolta de comboios humanitários, para que que a ajuda chegue à população e não seja saqueada nem fique sob o controlo do Hamas. Oficiais militares e de defesa israelenses discutiram essa questão nas últimas semanas com representantes de três países árabes, incluindo o Egito, disse uma de suas fontes à Axios. “Há progressos na promoção desta iniciativa tanto em termos da disponibilidade da administração Biden para discuti-la, como em termos de abertura dos países árabes à ideia”, explicou.

Felipe Costa