A decisão do Tribunal de Contas de remeter ao colegiado a resolução Cipess 41/2025, com a qual o Governo aprovou o projecto da Ponte do Estreito, reacende o debate sobre a polémica intervenção infra-estrutural. A comentar a notícia está Pino Gesmundo, secretário confederal da CGIL, que sublinha como a decisão confirma “os pontos que levantámos, também à Comissão Europeia, relativos a inconsistências processuais claras e graves com a legislação em vigor”. Segundo Gesmundo, “o cumprimento das leis e dos procedimentos não é um elemento parcial, como o próprio ministro Salvini repetidamente deixou claro, mas é substancial para a utilização dos recursos públicos, conforme exige a Constituição”. O sindicalista convida o Governo a rever a sua posição: “Em vez de anunciar o início iminente da sua construção, o Governo deveria retirar o projecto aprovado, que é errado e prejudicial para o país, e abrir uma verdadeira discussão sobre como construir um sistema de infra-estruturas eficiente na Calábria e na Sicília”. Segundo a CGIL, persistir no caminho da Ponte acarretaria “danos e desperdícios pelos quais os responsáveis serão chamados a responder politicamente e, provavelmente, também administrativamente”. O sindicato recorda ainda que está marcada para amanhã uma manifestação em Roma contra um plano de cortes e sacrifícios cujo valor é quase equivalente ao que foi reservado para a ponte, sublinhando como seria mais responsável utilizar estes recursos para apoiar concretamente as políticas infraestruturais e industriais do país, especialmente tendo em conta a iminente conclusão do PNRR.
A crítica vem também do comentário de Elio Conti Nibali, da associação Em vez da Ponte, que define o projeto como “desmoronou antes mesmo de começar”. Segundo Conti Nibali, o Tribunal de Contas não pode dar luz verde porque faltam “todos os pré-requisitos de compatibilidade económica, técnica e ambiental”. O apelo da associação é claro: “O governo deve retirar imediatamente um projecto que é errado e prejudicial”.